Fiocruz alerta para aumento de ocupação de leitos de UTI no Brasil
Nota técnica divulgada nesta quarta (12) mostra que um estado e 4 capitais (Fortaleza, Recife, Belo Horizonte e Goiânia) estão em situação crítica. No Rio, a taxa de ocupação está em 12%. Aumento de internações pressiona os hospitais; governos estaduais e prefeituras reduziram a oferta de leitos de UTI nos últimos meses com a melhora do cenário da pandemia em função da vacina.
Em nota técnica divulgada nesta quarta-feira (12), o Observatório Covid-19 da Fiocruz trouxe um alerta para o aumento da ocupação de leitos UTIs de Covid na rede do SUS, para adultos, no país.
Um terço dos estados e 10 capitais estão em alerta, segundo as taxas observadas em 10 de janeiro, em comparação com a série histórica. Deste total, 1 estado e 4 capitais estão em situação crítica.
Compartilhe esta notícia no WhatsApp
Compartilhe esta notícia no Telegram
O que diz o documento:
Entre as capitais, Fortaleza (88%), Recife (80%), Belo Horizonte (84%) e Goiânia (94%) figuram na zona de alerta crítico;
Porto Velho (76%), Macapá (60%), Maceió (68%), Salvador (68%), Vitória (77%) e Brasília (74%) na zona e alerta intermediário;
Segundo a análise, o estado de Pernambuco (82%) está na zona de alerta crítico;
Pará (71%), Tocantins (61%), Piauí (66%), Ceará (68%), Bahia (63%), Espírito Santo (71%), Goiás (67%) e o Distrito Federal (74%) na zona de alerta intermediário.
O Rio de Janeiro (12%) está entre os 16 estados que estão em situação considerada boa. No Rio, em 10 de janeiro, segundo o boletim, eram 161 pacientes internados, enquanto que em 2 de agosto do ano passado, o número de internados chegada a 1.176, com uma taxa de ocupação de leitos de 61%.
A nota alerta para o novo crescimento nas taxas de ocupação de leitos de UTI diante da ampla e rápida proliferação da variante ômicron no Brasil.
Os responsáveis pelo boletim dizem que o número de internações em UTI hoje ainda é "predominantemente muito menor" do que em 2 de agosto de 2021, por exemplo, quando já no "quadro de arrefecimento da pandemia leitos começavam a ser fechados".
"Consideramos fundamental ratificar a ideia de que temos um outro cenário com a vacinação e as próprias características das manifestações da Covid-19 pela Ômicron. Por outro lado, não podemos deixar de considerar o fato de a ocupação de leitos de UTI hoje também refletir o uso de serviços complexos requeridos por casos da variante Delta e casos de Influenza", ressaltam os pesquisadores.
O aumento de internações pressiona o sistema de saúde, após governos estaduais e prefeituras terem reduzido a oferta de leitos de UTI nos últimos meses --com a melhora do cenário da pandemia em função da vacina.
LEIA MAIS:
Estudo aponta que pacientes com ômicron se internam menos e por menos tempo
Ômicron prevaleceu em 98,7% das amostras analisadas no Brasil, diz levantamento
Ômicron já é a variante dominante no mundo, aponta OMS
No documento, os pesquisadores destacam ainda que tão importante quanto estar atento à necessidade de reabertura de leitos é preciso:
reorganizar a rede de serviços de saúde, no sentido de dar conta dos desfalques de profissionais afastados;
garantir a atuação eficiente da atenção primária em saúde no atendimento a pacientes empregando, por exemplo, tele atendimento;
e prosseguir na vacinação da população.
|